Os veículos elétricos já se tornaram uma realidade, embora ainda sejam minoria nas ruas de todo o mundo, essa situação vai mudando gradativamente até que o uso de veículos com motor de combustão interna seja proibido. Portanto, além das dúvidas sobre autonomia e cobrança de tempo que sempre surgem ao se discutir esse assunto, outro tema também gerou discussão.
Afinal, o que fazer quando a bateria do carro elétrico acaba ou ocorre uma falha mecânica no meio da estrada? É possível simplesmente amarrar uma corda a outro carro e ser puxados para a oficina da “gambiarra” que estamos cansados de visitar em todo o lado? A resposta mais sincera a esta pergunta é simples e clara: “Não.”
Agora, se sua pergunta é por que carros elétricos não podem ser rebocados, então esta explicação é mais pregação.Isso é o que Canaltech vai esclarecer de agora em diante.
Esteja ciente de que tentar fazer isso pode colocar todo o sistema do motor do carro em perigo. Em outras palavras: o “jeitinho” pode tornar a conta muito mais cara do que chamar o guincho de plataforma (porque guinchos comuns não podem ser usados).
Questão “N”
O ponto que explica por que um carro elétrico não pode ser rebocado pode ser chamado de “X” do problema. Ou mais precisamente: o “N” da pergunta. A chamada marcha neutra ou marcha neutra, que existe em veículos com motor de combustão interna, é a causa da placa de embreagem ser separada do motor e permitir que as rodas girem livremente. Ou seja: permite rebocar o carro sem causar danos.
No entanto, em veículos elétricos, ou na maioria dos veículos elétricos, não há função neutra. Afinal, os carros elétricos usam eletricidade para acelerar e frear, o que significa que você não pode desconectar as rodas do motor.
O “N” do carro elétrico serve apenas para frear os freios, permitindo que o carro seja empurrado para um guincho de plataforma a poucos metros de distância (aquele com o carro em cima, não puxado no chão com duas rodas).
Os veículos elétricos que não tracionam no solo como o Tesla Model 3 ou BMW i3, independentemente de ser a roda dianteira (FWD) ou a roda traseira (RDW), seguem princípios semelhantes. No caso do FWD, as rodas traseiras não acionam o motor elétrico, mas a frenagem regenerativa pode ser realizada. Para o RDW, a situação é oposta: as rodas dianteiras não têm energia, mas podem regenerar as baterias. Em ambos os casos, o risco de danificar o sistema é muito alto.
“Chupeta” (ainda) não é uma opção
Se a bateria de um carro elétrico acabar, essa situação não é impossível, principalmente no Brasil, onde os postos de recarga ainda são escassos, um novo problema diferencia os carros elétricos dos carros com motor de combustão interna. Carros elétricos (ainda) não aceitam “chupetas”, ou seja, não é possível conectar a bateria a outro carro (elétrico ou não) por meio de um cabo e esperar que funcione.