Na hora de comprar imóvel, vale tudo para juntar a entrada e realizar o sonho de ter a casa própria. E é nessa hora que muitos abrem mão do conforto proporcionado por um bem para investir no imóvel. Dar o carro de entrada é um desses bens “sacrificados” em prol do sonho. Mas, levando em consideração fatores como o prazo para juntar a entrada e outros meios de obter o dinheiro, será que compensa?
Ao contrário do imóvel, o automóvel é um bem que perde valor de mercado a medida que passam os meses, e por isso, é importante colocar na balança o que compensará. Vamos abordar abaixo algumas situações de vantagem e desvantagem.
Considere os prós e contras
Quais benefícios principais o carro traz para sua rotina? Quanto você poupa e quanto você gasta com o carro de modo que, ao dar ele na entrada, quanto será onerada ou poupada suas finanças ao longo do mês? Antes de vender o carro para dar o valor na entrada do imóvel, coloque em sua planilha os números e em outro arquivo escreva sobre sua influência na rotina:
- Conforto;
- Mobilidade;
- Trabalho;
- Lazer;
- Transporte para a família.
Levando em conta o ano do seu carro e o estado de conservação, calcule o quanto gastará com vale transporte e ainda o tempo que vai precisar para adaptar o seu tempo à rotina, principalmente se ela for agitada e com muitos compromissos.
Por outro lado, algumas despesas fixas como IPVA e seguro do carro, além de uma média que você usa para consertos, serão revertidas em mais dinheiro para a entrada e/ou para você usar para sua mobilidade “à pé”, se necessário.
Sendo assim, para aproveitar o momento de comprar casa e apartamento por preços mais baixos, podendo diminuí-los ainda mais com uma boa entrada, considere usar o valor dos demais gastos em um valor estratégico para o tempo sem o carro.
Entenda o processo
Em tempo de crise vale tudo para vender, compradores e imobiliárias estão recebendo cada vez mais propostas de quitar entrada, dar comissão à imobiliária, entre outras, recebendo o carro. “Mês passado fiz uma negociação com um fato interessante, recebemos o carro em comissão, o que viabilizou o negócio e a satisfação do comprador em entrar com o carro com preço de tabela FIPE”, conta o corretor Irley Fonseca, da Liderar Imóveis, que reforça a importância de tanto comprador quanto vendedor e intermediário estarem abertos a negociações neste momento.
Existe um processo seguro para que comprador e vendedor estejam resguardados sobre o estado de conservação do carro e o seu valor de mercado, tudo registrado em uma cláusula do Contrato de compra e venda do imóvel. “No contrato terá uma cláusula especificando inclusive, conforme documento e estado de conservação, quem irá receber e em qual momento”, explica Irley.
O melhor dessa possibilidade é que o processo de compra e venda do imóvel não é prejudicado, nem em relação ao tempo de assinatura do contrato, nem em relação à transferência da posse do automóvel. “O processo é o mesmo para as duas ações, no momento da escritura, por ser em um cartório de notas, já é transferido o carro”, explica o corretor que conclui “vale tudo para fecharmos uma compra só não perder o negócio”.
Investimento revertido em realização de sonho
Se o tempo é bom para negociar com vendedores, construtoras e imobiliárias, vale a pena iniciar a realização do sonho principalmente nas feiras de imóveis, com o pensamento de que o automóvel pelo qual você investiu grande parte das economias estará cooperando para um investimento ainda maior e cada vez mais valorizado, que é o imóvel.
E lembre-se de planejar bem, pois, além da entrada e das prestações do financiamento, outros gastos estarão ao longo do processo como o Imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI) à Prefeitura e as taxas de registro cartorárias, que equivalem juntos a 4% do valor do imóvel. Além do valor de registro da escritura no Registro de Imóveis, imprescindível para a compra.
