Veículos de leilão estão em alta demanda, pois o valor é 50% menor que a folha Fipe, mas é preciso ter cuidado para evitar solavancos e danos; veja dicas
A quantidade mínima estipulada, a pergunta “Quem dá mais?” Depois de algumas jogadas, o martelo é esmagado na mesa, anunciando o fim da jogada. Longe vão os dias em que os leilões eram apenas isso. Hoje, a modernidade das plataformas online é cada vez mais valorizada no mundo do trading, inclusive na indústria automotiva. Nesse sentido, não é apenas possível negociar em um computador, mas também enviar documentos pela Internet e até mesmo receber um carro em casa. Mas cautela nunca é demais.
Na verdade, os carros de leilão oferecem um valor atraente, por isso é uma ótima opção para quem não quer gastar muito dinheiro em um carro novo. No entanto, às vezes pode não ser tão novo. Deve-se notar que, por exemplo, os carros vendidos no pregão não oferecem a facilidade de um test drive. Está em movimento, sem garantias em termos de estética, funcionalidade ou mesmo formalidade. Mas para evitar dores de cabeça, Ronaldo Santoro, CEO da Rede Bom Valor, acredita que o uso da tecnologia pode garantir mais confiança, segurança e transparência nas transações online.
Segundo o executivo, a base de todos os produtos e serviços da Bom Valor é o blockchain. Basicamente, um livro digital em que todos os registros e transações são registrados a partir de sua fonte. Em outras palavras, é um controle sobre os dados, como um registro público em cartório. “É uma tecnologia indestrutível onde os dados são confiáveis, seguros, transparentes e imutáveis, e nenhuma informação de qualquer natureza é perdida”, disse Santoro.
Plataforma digital
Adicionalmente, Santoro disse que a rede Bom Valor inclui a plataforma Os Leiloeiros. Neste sentido, disse, consiste numa rede social que pretende “trazer mais poder, presença e relevância a todos os leiloeiros e casas de leilões oficiais do país, ao mesmo tempo que traz mais poder, presença e relevância a todos os leiloeiros. Muita confiança.
Dada a crescente escassez de vendas presenciais em leilões (principalmente por causa da pandemia), Santoro reconheceu que, se não fossem os leilões online, “o negócio entraria em colapso”, disse ele. “No início da pandemia, entre março de 2020 e julho de 2020, as vendas neste segmento caíram cerca de 50%”.
Por outro lado, a situação inverteu-se completamente no mês seguinte. As visitas mensais à sua plataforma online saltaram de 500.000 para 1,2 milhão em junho e julho do ano passado, respectivamente, segundo Santoro. Hoje, algumas empresas comemoram um crescimento de vendas superior a 70%.
Mudança de comportamento
Considerando que os leilões online existem desde 1997, ainda há necessidade de uma mudança na mente dos consumidores. “Não posso dizer exatamente quando, mas a cultura do consumo vai mudar. É uma questão de tempo. O primeiro passo é conversar com o público que já conhece os leilões e vem sofrendo com o mau atendimento. O segundo é atrair pessoas que não não entendo esse tipo de negócio”, concluiu Santoro.
Por um lado, se essa falta de conhecimento protege potenciais compradores de fraudes, por outro, impede que bons negócios sejam concluídos. Muitas pessoas ainda pensam que os carros de leilão são batidos, roubados ou até mesmo um cadáver.
Mas, pelo contrário, há muitos carros novinhos, afinal, simplesmente porque os antigos donos não pagaram bancos e financeiras. Há também clientes que trocam de frota, como seguradoras e até mesmo aqueles que preferem vender seus veículos em leilão ao invés de anunciar em sites de compras.
Como participar dos leilões?
Primeiramente, cabe destacar que qualquer pessoa pode participar desse tipo de compra. Basta se cadastrar (no site) ou apresentar documentos (leilão presencial).
É importante que o veículo em questão seja inspecionado no pátio da empresa leiloeira. Em caso de impossibilidade de dar partida no motor, a solução é se contentar em verificar a estética, o acabamento e – em alguns casos – a aparência do motor.
No entanto, a documentação é uma preocupação, afinal quem paga a multa ou o atraso é o comprador. Portanto, fique atento à descrição da venda no edital do leilão (veja mais dicas abaixo).
Além disso, você tem que pesquisar. Evite dores de cabeça consultando o veículo desejado no site do Departamento Estadual de Transportes (Detran). Outro passo muito importante é encontrar um leiloeiro, que deve estar registrado na Comissão de Comércio.
Cuidados
Se, por um lado, o maior envolvimento da tecnologia na vida das pessoas facilita diversas ações, por outro, cria formas de crime e fraude. A internet está cheia de leilões falsos cuja tarefa é tirar dinheiro do pagador para que o item correspondente não seja recebido.
Ao considerar comprar um carro em leilão, é importante notar que – com exceção de veículos danificados – qualquer carro comprado em leilão pode ser segurado. Algumas seguradoras acabam cobrindo os ativos em percentual inferior ao da tabela Fipe. Então pesquise.
E por falar em pesquisa, antes de arrematar é preciso checar todos os custos que envolvem a compra do veículo de leilão. Não basta pagar apenas os possíveis débitos atrasados do produto, pois é necessário também arcar com a comissão do leiloeiro, taxa administrativa, transporte do veículo (precisa de um guincho, não pode sair dirigindo) e despesas com transferência de propriedade – laudo e documento do veículo. O arrematante precisa pagar pelo emplacamento do bem arrematado.
Também é importante esclarecer que o carro leiloado não possui nenhuma garantia, nem mesmo o direito de troca/devolução. Portanto, quaisquer reparos ou revisões necessárias estão fora do bolso do comprador.
E para quem duvida que o carro leiloado possa avançar, a resposta é sim. Uma vez que a propriedade do nome da empresa financeira tenha sido transferida para o licitante, a venda pode prosseguir imediatamente. Afinal, de acordo com a empresa da área, não há registro do carro sendo leiloado nos documentos, “como qualquer outra transação”.
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