Comprar um carro é um dos planos de muitos brasileiros. Tão alto que a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Febranave) prevê que as vendas em 2021 aumentem gradativamente em 16%.
Você deve decidir cuidadosamente investir no dinheiro que foi guardado por muito tempo e até mesmo levantar fundos para comprar um carro. Isso porque o carro não é considerado um investimento – só porque sai da concessionária, o valor do carro pode cair até 10%.
Para além das parcelas, gastos como IPVA, combustível, licenciamento e seguro devem ser colocados na balança para analisar se a compra do bem não prejudicará o orçamento familiar.
Quais os gastos para se manter um veículo?
O presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, aponta diferentes custos que o dono de um carro pode ter mensalmente:
- prestações;
- seguro;
- combustível;
- licenciamento;
- lavagens;
- estacionamento;
- manutenção;
- revisão;
- IPVA;
- DPVAT (cobrança suspensa em 2021);
- possíveis multas.
Segundo ele, a despesa total mensal para custear o veículo é de 2% do valor do carro. Dessa forma, por exemplo, para manter um carro de R$ 50 mil, é necessário ter a disposição R$ 1.000 mensais. Isso sem contar com as parcelas, no caso de um carro ainda não quitado.
Reinaldo indica que, mesmo que o comprador tenha algum valor em caixa, é importante não investi-lo integralmente na compra à vista se isso for acabar com a reserva. Ele recomenda que a entrada seja entre 10% e 20% do valor do carro.
“Não se deve gastar toda a reserva no carro. Se você tiver qualquer tipo de problema no carro, é necessário ter dinheiro em caixa, quando você tem um veículo você tem que ter uma reserva financeira”, explica.
Quando vale a pena comprar um carro?
Para além do sonho ou desejo de comprar um veículo, o comprador deve levar em consideração a atual situação financeira e se a aquisição realmente é necessária.
“Em primeiro lugar, o comprador sempre busca objetivos. Qual o propósito de comprar esse carro? Reinaldo concluiu:“ Se não temos propósito, não há necessidade ”.
Em alguns casos, a posição do carro na garagem pode ser mais fixa do que na rua, o que é uma despesa desnecessária. Nesse caso, pode ser mais vantajoso usar transporte público, transporte particular ou até mesmo alugar um veículo quando necessário.
O professor e coordenador de cursos de pós-graduação em finanças na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), Marcelo Cambria, orienta que só vale a pena comprar um carro quando a pessoa pretende rodar entre 40 e 50 quilômetros por dia.
O especialista ainda indica que não se comprometa mais do que 30% da renda com a compra do carro, isso considerando todos os outros custos envolvidos. Para ele, é prudente que uma pessoa que pretenda comprar um carro popular reserve pelo menos R$ 800 mensais para pagar contas relacionadas ao veículo.
Tem como economizar nos gastos?
Para Reinaldo Domingos, a resposta é não.
“Se eu parar de andar, continuarei tendo que pagar impostos, seguros e revisões. Se você não entrar no carro, quase não terá economia, e o carro estacionado na garagem ainda custará em média 1,5 % do valor do carro por mês. Ele disse que não é porque não vai ser usado e não vai custar.
Marcelo Cambria achou que era possível economizar, mas não negociou seguro e impostos porque seguro e impostos constituem grande parte do custo.
Segundo ele, é possível economizar com manutenção simplesmente ao conhecer e seguir o manual do carro, evitando colocar o carro em situações que podem desgastar peças.
Outra indicação é buscar pegar e oferecer carona para dividir o combustível e diminuir esse gasto ao longo do mês.